SÁBADO
OLHAR
Encare hoje as pessoas com este olhar: Partimos da afirmação de nós mesmos, e vemos os outros como concorrentes a serem eliminados ou invejados. E calculamos o que Deus tem nos seus bolsos, e se por acaso não trata os outros melhor do que nós. A ação do Senhor é sempre gratuita, excedente aos nossos méritos, fundada no amor. E nós, na sua presença, só temos uma coisa para fazer: agradecê-lo e adorá-lo.
ORAÇÃO: O Senhor ampara todos os que caem e reergue todos os combalidos. (Sl 145(144),14).
CONVICÇÃO
Diz Cassiano: “a inveja é o mais rebelde de todos os vícios: quando se agarra a uma alma com o seu veneno, eu diria que não tem mais remédio, como aconteceu com o demônio, que por primeiro foi infeccionado com o veneno da inveja e ficou incurável aos remédios da penitência. Naqueles que se abandonam às suas mordidas venenosas, o roimento interior não nasce da culpa dos que são invejados, mas da sua felicidade. Por isso têm vergonha de manifestar a verdade de tal sentimento e procuram vãos pretextos. O veneno mortal fica escondido dentro deles e qualquer cura se torna naturalmente inútil.
A PESTE DA INVEJA
Sobre a inveja disse o Cura D’Ars: “Não há pecado que se conheça tão pouco como este, e para conhecê-lo é preciso pedir as luzes do Espírito Santo. Somente ele fará esta graça”. Ensina Doroteu de Gaza: “Há paixões que perdem toda a sua força quando se lhes cortam as suas raízes; por exemplo, a inveja em si e por si não é nada, mas possui algumas causas, como o amor da glória: aquele que busca ser glorificado sente inveja de quem é mais glorificado e honrado do que ele”. E São Gregório Magno: “Quem quiser ser livre da peste da inveja, ame aquela herança que não diminui com o aumento dos herdeiros. Não desejando mais qualquer coisa terrena, não há mais nada que se oponha ao seu amor pelos outros”. O Evangelho nos libera para a verdadeira caridade.