SÁBADO- 05-12-2020
OLHAR
Encare hoje as pessoas com este olhar: O que dizer de tantos que berram “slogans”, que fazem passeatas ou se matam para construir um futuro, que dizem ser diferente? O profeta nos joga contra a parede com impiedoso realismo: “Tornamo-nos como coisa impura e como roupa suja são todos os nossos atos de justiça; ficamos todos aviltados, e as nossas iniquidades nos arrasaram como um vento”.
ORAÇÃO
Deus dos exércitos, restaura-nos, faze brilhar teu rosto e seremos salvos. (Sl 80(79),20)
CONVICÇÃO
Qualquer expectativa e qualquer esforço – por mais generoso que seja – que não levem em conta a condição de necessidade radical em que jaz a condição humana como tal, ferida pelo pecado, já contém o germe da corrupção, e não pode produzir outra coisa – mais depressa do que se pensa – senão o mal que quer eliminar. Esquecer ou recusar que “todos nós somos obra das mãos” de Alguém que é totalmente Outro e que “nós não somos, senão, argila. E Tu és aquele que nos forma”, é ainda, ou até pior, construir em vão. Não fomos feitos para uma esperança parcial. O homem só encontra a si próprio e se humaniza quando sobre ele resplende a luz do rosto do Senhor: é assim que o Salmo 79 nos faz rezar.
CHAMADOS À COMUNHÃO
E na história já existe um cepo plantado pela mão direita do Senhor, um rebento que Ele cultivou para si. De fato, Paulo rende graças porque a Igreja de Corinto, em Cristo foi enriquecida de “todos os dons, os da Palavra e os da Ciência”. A humanidade nova não vai atrás de mitigadoras ou vãs utopias, mas espera pela manifestação final daquele Senhor, que já se revelou. “Chamados à comunhão do seu Filho”, a nossa esperança não se apoia sobre as areias das nossas tentativas e incertezas, mas sobre Cristo, cujo testemunho “tão solidamente se estabeleceu entre vós”. É o seu próprio Espírito que nos sustenta no Advento que acabamos de começar.