TERÇA FEIRA- 24-11-2020
OLHAR
Encare hoje as pessoas com este olhar: Jesus não ressuscitou para recomeçar uma outra vida terrena, mas para fruir da vida de Deus sem ocaso. Também a existência humana não está condenada a girar ao redor de si mesma, mas na sua raiz está aberta para o futuro de Deus, numa ulterioridade definitiva de sentido, que saciará o mais profundo desejo aceso no homem pelo seu Redentor.
ORAÇÃO: Senhor, se eu tiver de andar por vale escuro, não temerei mal nenhum, pois comigo estás. (Sl 23(22),4a).
CONVICÇÃO
Na expectativa, vivemos a tensão entre o presente e o futuro. O reino de Cristo não dispensa a Igreja e o discípulo do seu empenho na história, mas os responsabiliza ao máximo. Paulo dá grande realce à “submissão” do filho, porque tem em vista também uma conclusão prática. A submissão do Filho é apresentada como o seu “último gesto”. Neste gesto Ele parece “desaparecer”, mas é precisamente nesta atitude que Ele permanece e reina por toda a eternidade, no único modo em que isso será possível no fim dos tempos: no diálogo incessante de amor com o Pai. O gesto “escatológico” de Cristo, o Filho é o homem novo, é por isso paradigmático para os cristãos, chamados à vida nova desde já: desaparecer para a afirmação de si mesmos, subtrair-se à tentação das potências para procurar a própria liberdade na autonomia em relação a Deus, e no confiar-se totalmente ao Pai.
AMOR ADORANTE
Para todos nós, a salvação final, a libertação dos inimigos e a comunhão com Deus não serão senão o outro lado da medalha, de uma relação aberta com o Pai no Filho, em adorante amor e alegria reconhecida. O que decide é o consentimento radical à Sua vontade. Nesta adesão já aparece a “nova terra” onde a vontade de Deus é feita “como no céu”. Na medida em que isso se realiza em nós, Cristo se torna sempre mais o nosso Rei, e a sua missão pode liberar sempre mais sobre o mundo a graça da redenção.