QUINTA FEIRA – 19-11-2020
OLHAR
Encare hoje as pessoas com este olhar: Estamos na penúltima semana do ano litúrgico; da expectativa do fim ao compromisso de hoje. Esta é a tensão, difícil e provocatória, do homem de fé. O Senhor que nos convocou nos encontre dóceis à sua vontade.
ORAÇÃO
É inútil madrugar, deitar tarde, comendo um pão ganho com suor; a quem o ama ele o concede enquanto dorme. (Sl 127(126),2).
CONVICÇÃO
A expectativa do “retorno do Senhor” não aceita passividade. Não podemos esquecer do apelo do domingo passado. Estejamos conscientes de que tudo recebemos de Deus, como também creiamos que a salvação final e total da humanidade será também dom de Deus. Contudo, Deus mesmo, com a sua palavra, nos põe de sobreaviso, contra a tendência para nos acomodar tranquilamente na expectativa de que “Ele faça tudo”. Certamente Ele não fará milagres para substituir o vazio deixado pela nossa preguiça, ou pela nossa vontade de dizer palavras que não se transformam em vida.
ENCARNAÇÃO DA PALAVRA
A expectativa do “retorno do Senhor” é posta diante dos nossos olhos, no começo e no encerramento de cada ciclo anual de oração. Nestas últimas semanas do ciclo, nos é proposta de novo a fé em Cristo, que “voltará no fim dos tempos”. Com o Advento ressoará de novo o convite para crer em Jesus, Palavra de Deus que se torna carne humana, experiência de vida humana na terrenidade da nossa condição. No Natal celebramos a festa do “Verbo que se fez carne e habitou entre nós”, palavra viva tornada visível e “concretizada” numa pessoa bem individuada, num preciso período histórico. É ainda um “sinal” e um apelo. Na realidade, estamos todos empanturrados de palavras, mesmo lindas. Permanecem hálito e vento, enquanto não se tornam “carne”. Não salvam, nem dispõem para a salvação, porque diante de conceitos abstratos, não há nenhum espaço e nenhuma vontade de conversão