QUARTA FEIRA – 07/10/2020
OLHAR
Encare hoje as pessoas com este olhar: A Liturgia do domingo põe diante de nós o mistério do mal e a dureza de coração dos homens. O que tais passagens bíblicas expõem, referindo-o à história da salvação, nós o colhemos em nossa existência pessoal.
ORAÇÃO: Deus dos exércitos, restaura-nos, faze brilhar teu rosto e seremos salvos. (Sl 80(79), 8).
CONVICÇÃO
É incompreensível que Israel rejeitasse constantemente o amor de Deus; é incompreensível como nós o rejeitamos em nossa vida, com obstinação, com insensibilidade, com obtusidade cega e destruidora. E é incompreensível também, porque é uma rejeição que nos prejudica, diminui a nossa vida, empobrece-a dos únicos valores que a tornam digna de ser vivida. Profunda autocontradição do homem: feito por Deus para amar, vai contra ele mesmo para se afirmar de maneira falsa, com um eu de obstinação e de orgulho. As ciências do homem, da sociologia à psicologia, procuram explicar a contradição interior do homem, mas não explicam o que unicamente valeria a pena compreender, e que não se entende, e fica misterioso. Não explicam porque o homem se volte contra ele mesmo e contra o próprio destino de infelicidade.
EXIGÊNCIA DE CONVERSÃO
O pecado fica um mistério, contra o qual a racionalidade humana se arrebenta. Assim como é um mistério a atitude de Deus, Aquele que vê desprezada e recusada a oferta gratuita, terníssima de amor. Tanto o cântico da vinha como a parábola do Evangelho, mostram este Deus que perde a paciência com o seu povo rebelde, e tira-lhe a sua benevolência. Ficamos escandalizados com isso, sentimo-lo em contradição com de Deus da misericórdia, no qual tanto temos esperado. Mas é uma contradição mais no nosso modo de entender do que na realidade. Somos nós que entendemos a sua misericórdia como barateamento, quando ela nunca foi isso, a sua misericórdia é sempre proposta de conversão, exigência de conversão.