DOMINGO – 20/06/2021
OLHAR
Você é daqueles definidos por são Paulo com os que “têm prurido no ouvido”, isto é, prontos a seguir qualquer nova moda ou teoria no campo teológico e moral, ou você consegue pedir ao Senhor o discernimento dos espíritos?
ORAÇÃO
Eu gritei para ti, Senhor, na minha aflição, e tu me livraste de minhas angústias. Transformaste a tempestade em brisa leve, e as ondas emudeceram” (Sl 106).
CONVICÇÃO
As leis que governam o mundo físico sempre falaram à inteligência humana de um supremo arquiteto. Mas o Deus ao qual se chega por esta via racional ainda não é o Deus com o qual Jó discute até à beira do desespero. O Deus da fé se faz conhecer quando nos eleva, para lá das barreiras das coisas, a um diálogo direto com Ele. Então Deus nos aparece totalmente diverso do mundo, misteriosamente empenhado em salvar o homem de seus racionalíssimos desesperos, e soberanamente superior às leis da natureza. Se não cremos n’Ele, as coisas ficam mudas e obscuras, porque o Não-sentido é o seu íntimo miolo. Mas, se cremos n’Ele, então nós evitaremos considerá-lo como garantia de leis físicas, e o adoraremos como sendo uma santidade terrível e amável, que nos interpela e nos submete a um juízo. Tempos atrás, os cristãos pensavam em Deus segundo o esquema do mundo; hoje são chamados a liberá-lo das analogias cosmológicas, e a restitui-lo à sua poderosa diversidade. O universo, por maior que seja, é o escabelo de seus pés. Aquele que diz que a ciência leva a perder a fé, tem de Deus uma ideia retalhada sobre a cultura efêmera. Não é olhando o universo que se chega a ele: é olhando para Ele que o universo se revela naquilo que é: ambiente no qual Ele chama o homem e no qual o homem pode responder-lhe, ou esconder-se como Adão.