DOMINGO – 08/08/2021
OLHAR
O desencanto dos moradores de Cafarnaum é parecido com o seu. Eles não compreendiam o discurso do “pão vivo”: você também olha para este pão com indiferença e, diante dele, sente-se inapetente.
ORAÇÃO
Tu consideras, Senhor, tua aliança e não abandonas para sempre o teu povo. Tu te levantas, defendes tua causa, e não desprezas o clamor de quem te busca (Sl 73).
CONVICÇÃO
Todos nós, mais cedo ou mais tarde, experimentamos os momentos da vida, nos quais o cansaço do caminho iniciado nos parece insuperável. Nestes momentos o homem não vê nada ao redor de si, a não ser um horizonte sem contornos; nada vê também atrás de si a lhe indicar a pista do caminho percorrido. O gesto de Elias, então, se torna natural: a sua invocação, consequência do tédio interior que o assaltava; motivação da invocação, como a mais verdadeira e a mais profunda. Nós também, nestes momentos, constatamos que não somos melhores que os outros. Estes momentos são preciosos em nossa vida, porque é aí que constatamos que não se pode caminhar, senão em virtude de uma força que nos é dada gratuitamente, e que ninguém pode presumir de dar um passo mais do que o outro. É o momento em que Deus se revela na sua gratuidade e na sua misericórdia. Reconhecendo-nos cansados, estamos reconhecendo que alguém é mais forte; sentindo o tédio da vida, proclamamos que só uma é a fonte da vida: numa palavra, é o reconhecimento de Deus totalmente Outro, Aquele que vive, e que nos pode fazer retornar o caminho, de dia e de noite, até o encontro face a face com Ele.